Da experiência à inovação, o setor de eventos vive um momento único de colaboração entre diferentes gerações. Entenda como essa troca de saberes está impactando a criatividade, a produtividade e o sucesso das produções.

O mercado de eventos sempre foi um espelho do seu tempo. Em um setor que exige constante inovação, organização e criatividade, a diversidade de pensamentos tem se tornado um diferencial competitivo. Hoje, mais do que nunca, vemos um encontro geracional sem precedentes, onde profissionais de diferentes idades trabalham juntos na concepção, planejamento e execução de eventos.

Esse intercâmbio de gerações está mudando a dinâmica do mercado. De um lado, temos a experiência e a visão estratégica de profissionais que acompanham o setor há décadas. Do outro, a energia criativa e a fluência digital das novas gerações. E é justamente nessa mistura que surgem eventos mais completos, humanos e inovadores.

É fundamental reconhecer que o acesso à tecnologia é cada vez mais democrático. Todos os grupos geracionais estão inseridos em jornadas digitais e fazem uso das tecnologias a partir de suas próprias necessidades. A fluência digital não é privilégio de uma faixa etária: profissionais experientes e jovens talentos acessam ferramentas, redes sociais e plataformas com naturalidade, cada um com sua abordagem, repertório e objetivo.

O que cada geração traz para o mercado de eventos

De acordo com Marketing 5.0, de Philip Kotler, as gerações se relacionam com a tecnologia de formas distintas, mas igualmente relevantes. A contribuição de cada grupo vai além da idade e está conectada às suas expectativas sobre o papel das marcas e às transformações sociais que vivenciaram.

Baby Boomers (1946-1964):

Valorizam experiências autênticas e relacionamentos baseados em confiança. No mercado de eventos, essa geração se destaca pelo foco na excelência operacional, cumprimento de prazos e qualidade na entrega. Trazem visão estratégica, experiência em gestão de crises e uma rede de contatos sólida, além de serem grandes mentores para as novas gerações.

Geração X (1965-1980):

Vivenciaram a transição entre o analógico e o digital. São adaptáveis, exigentes e valorizam a eficiência. No setor de eventos, atuam como ponte entre tradição e inovação, combinando pragmatismo com abertura ao novo. Têm uma visão crítica sobre marcas e experiências, buscando sempre relevância e equilíbrio.

Geração Y / Millennials (1981-1996):

Fortemente conectados à tecnologia, aos valores sociais e ao consumo com propósito, impulsionam a personalização das experiências, o uso de dados, a sustentabilidade e a inclusão nos eventos. Dominam o universo das redes sociais, promovem a convergência de canais e trazem novas linguagens para o centro das estratégias.

Geração Z (1997-2009):

Nativos digitais, colaborativos e exigentes quanto à coerência das marcas. Valorizam a instantaneidade, o entretenimento e experiências fluidas. Contribuem com a ativação de comunidades, a aplicação de tecnologias imersivas, a produção de conteúdo multiplataforma e a criação de eventos com propósito, baseados em pilares como diversidade, responsabilidade social e inovação.

Desafios e oportunidades da colaboração intergeracional

Conciliar diferentes formas de pensar, comunicar e trabalhar não é tarefa simples. Os desafios envolvem desde o uso de tecnologias até estilos de liderança e expectativas sobre jornadas de trabalho. No entanto, quando a escuta ativa é praticada e o respeito às diferenças é valorizado, surgem oportunidades valiosas de aprendizado e inovação.

Empresas que promovem a troca de experiências através de programas de mentoria reversa, formação de equipes diversas e incentivo ao protagonismo jovem têm conquistado resultados mais expressivos.

Exemplos inspiradores:

A CEO e cofundadora da plataforma Brilhar Eventos, Flavia Morizono, reforça esse cenário ao afirmar:

“Os resultados dos eventos compostos por equipes multigeracionais são extraordinários. É incrível a aplicação de ações que respeitam os pilares atuais na criação de experiências de marcas, principalmente no que se refere a tecnologia, sustentabilidade, criatividade, inovação e humanização. Tudo se interliga de forma muito harmônica.”

Agências que apostam em duplas de planejamento formadas por um profissional sênior e um jovem talento têm criado projetos com maior equilíbrio entre segurança operacional e ousadia criativa.

Alguns eventos estão incluindo jovens como “embaixadores de geração” para cocriar experiências sob a ótica do seu público. Outros têm valorizado veteranos para liderar treinamentos internos e compartilhar sabedorias acumuladas que não se encontram em manuais.

Mais do que uma tendência, a colaboração entre gerações é real. A capacidade de unir saberes diferentes, respeitar trajetórias e criar juntos é o que vai garantir a evolução do mercado de eventos. Em um mundo onde a incerteza é constante, valorizar a diversidade geracional é apostar em equipes mais completas, empáticas e preparadas para qualquer desafio.